14 dezembro 2023

"DECISÃO HISTÓRICA" na COP 28. Princípio do fim dos combustíveis fósseis, ou SÓ PARA ENGANAR?

 A propósito deste título, da notícia ZAP, lá deixei o comentário que agora transcrevo.

Claro que, mais uma vez, É SÓ PARA ENGANAR! E a prova está bem à vista, começando pela "distinta" personagem que serviu de Presidente desta COP. Figura que se tornou risível ao sugerir que «atingir a meta de 1,5º C "é levar o mundo de volta às cavernas"». Nem foi capaz de pensar que os homens das cavernas fizeram parte do Princípio da Humanidade e que ele, Presidente da COP, não passa de um dos seus carrascos.

Mais um evento, mais um "grandioso" encontro que não passou de visível fiasco. A treta do costume. Até a dita incerteza de alguns dos participantes sobre se um acordo que marcasse o fim da era dos combustíveis fósseis seria aceite pelos países ricos em petróleo, como a Arábia Saudita, não passou de treta, como tudo quanto até agora tem acontecido.

Só treta, e de todos os lados, porque não é quem produz petróleo que tem verdadeiramente "a faca e o queijo" nas mãos. É, sim, QUEM O CONSOME. E se quem o consome deixar de o fazer, a situação tomará outro rumo seguramente. Só que NINGUÉM  está disposto a ir por aí, a seguir essa via, e a prova disso é a aceitação da ficcionada perspectiva das ZERO EMISSÕES LÍQUIDAS até 2050. Só que nessa altura também já não haverá quem possa determinar o que então se fazer...

Sérgio O. Sá

11 setembro 2023

 A PROPÓSITO

A propósito de um conjunto de imagens que recebi, via net, sob o título "A GANÂNCIA HUMANA, A PREDAÇÃO DO PLANETA CAUSANDO EM POUCO MAIS DE 100 ANOS A SUA DESTRUIÇÃO. VEJA OS TESTEMUNHOS EM ANEXO", imagens que ilustram uma ínfima parte da degradação a que o planeta TERRA chegou, elaborei o presente texto que hoje, 25 de Agosto de 2021, acabo de enviar a mais de uma centena de internautas com a esperança de que cada um ache por bem reencaminhá-lo para quem entenda. Se o vão fazer não sei, mas acredito que não liguem muito a esta mensagem.

O que as imagens (que seguiam em anexo) mostram significa muito pouco. Poderão elas até produzir um efeito que nada tem que ver com o estado em que o planeta se encontra, servindo apenas para distrair o observador, conduzindo-o ao deleite..., como que de obras estéticas se trate, para fruir, admirando-as. O estado em que o planeta se encontra é bem diferente, para pior, para assustadoramente pior. Mas disso ninguém fala. Pelo contrário, os "senhores do mundo" tentam a todo o custo escondê-lo para que possam continuar a acelerar o fim da História, que é como quem diz o fim do mundo!

O estado em que a Terra se encontra já atingiu o ponto de "sem retorno". No entanto, as bestas erectas que a "governam", quero dizer, dominam,  continuam a agir como que tudo esteja bem. Realizam-se cimeiras, protocolos e fazem-se acordos internacionais, mas só para fingir, porque de uma cimeira para outra, de um acordo para outro a situação piora visivelmente. A insensibilidade, a ignorância, o cinismo, a ambição, a ganância de poder só fazem delas, dessas bestas, os maiores criminosos de sempre.

Utilizam palavras como globalização, progresso, crescimento económico e agora, com a fedorenta e snobe mania, também falam de resiliência, termo sempre mal aplicado, só para parecer que cientificam os seus propósitos, quando se trata apenas de enganar quem as ouve e/ou é governado por elas, acreditando, talvez, que os horrores que se aproximam não as vão atingir.

Há cerca de 40 anos que me apercebi da perigosidade que se aproximava da Mãe-Terra a que essas bestas, queiram ou não, pertencem. E desde então tenho procurado actuar, como posso, no sentido da consciencialização, quer por meio de acções pedagógicas directas, quer através da imprensa, de publicações individuais e até de produtos artísticos. Sei que passei o tempo a "pregar aos peixinhos", mesmo assim não me arrependo. (Mas quem sou eu para ter pretensões a salvar quem ou o que quer que seja?)

Não sou cientista, mas ainda vou tendo a capacidade de pensar. Aprendi a fazê-lo na infância, por força das circunstâncias, e isso me tem bastado para agir e prever por intuição. E há mais de 70 anos que sempre tenho acertado. Oxalá que desta vez me engane redondamente! Só que a decadência a que a Mãe-Terra chegou, em razão da também cada vez maior indigência da inteligência humana, segue já em progressão geométrica. E, no entanto, actua-se como que tudo pareça estar bem! Renega-se a Ciência!

Parece que ninguém se apercebe do que está a acontecer a nível global com as alterações climáticas. E quando se fala disso todos pensam, para descanso das suas consciências, que o problema, a existir, será (não dizem que já é) para os outros, como que os outros não sejamos (já) nós mesmos.

Poderíamos dizer que estamos todos como o avestruz, com a cabeça enterrada na areia. Só que estamos muito pior porque o fazemos, de facto, enquanto as famosas aves não o fazem, bem pelo contrário, reagem, simulando situações em sua defesa e em defesa da sua espécie.

Apesar de ser o assunto mais sério que temos pela frente, preferimos considerá-lo tabu. Incomoda-nos ouvir falar do assunto, quanto mais abordá-lo, argumentando, com o mais desprezível egoísmo, que o problema já não será para nós, esquecendo-nos, mais uma vez, que os nossos filhos, netos, bisnetos e por aí adiante são a continuação de nós mesmos.

A Terra aquece. Os oceanos, não só pela fusão do gelo dos glaciares e de outras zonas, mas também pelo aquecimento das suas águas que deste modo absorvem menos calor, deixando-o no ar, já estão a engolir os países costeiros. A falta de gelo nos polos não permite que os raios solares sejam reflectidos para o espaço, ficando o correspondente calor cá na Terra a aquecê-la ainda mais. A água começa a faltar visivelmente. As tempestades, cada vez mais frequentes, não só inundam populações, como causam  avalanches e destroem solos agrícolas. Os incêndios são cada vez mais destruidores. O gases de efeito de estufa que todos os dias lançamos para a atmosfera aos milhões de toneladas, já não são suficientemente "capturados" pela arborização que continua a ser desbastada por todos os "bolsonaros" do mundo. As indústrias do petróleo e do carvão não estão dispostas a fechar portas. Por causa do aumento da temperatura, que já se sente, acresce também, em centenas de milhar, a morte de seres humanos.  

Em 2003, num dos capítulos do meu livro Largada de Pombos Bravos, capítulo intitulado "Contagem Decrescente", escrevia, ainda que por outras palavras, que mesmo que naquele momento se deixasse de agredir o planeta, o mal que já lhe tínhamos infligido era suficiente para que as consequências dessa agressão se tornassem cada vez mais visíveis e preocupantes. Ora, como se sabe, ao contrário do que era imperioso fazer-se, as agressões aumentaram, e de que maneira! Então o que nos resta está aí, bem à vista de todos.

As migrações, que já começaram e são contestadas por tanta gente, nunca mais pararão e chegarão às centenas de milhões que atafulharão zonas do globo onde não caberão. O solo arável, que já é inferior ao de há poucas dezenas de anos, encolherá progressiva e rapidamente. As florestas arderão. As espécies animais não humanas, dos vertebrados aos insectos inofensivos, extinguir-se-ão depressa. A produção de vegetais diminuirá rapidamente. A água potável secará. A fome atingirá extremos. Só nos restará o suicídio, e a matança, programada ou não, para nos comermos uns aos outros. As doenças farão o resto e, finalmente, terminará a coisa mais bela que o Cosmos alguma vez consentira que existisse.

Há mais de 70 anos que tenho acertado sempre. Oxalá que desta vez me engane redondamente!                                                                                                        --------------   25 de Agosto de 2021  --------------



31 dezembro 2009

ÉS COMO OS POLÍTICOS

Estás aí à porta, Ano Novo, aguardando que o velho se despeça para entrares também na ilusão de quem te espera.

Não te iludas tu, porém, nem acredites que podes fazer algo  de positivo na Terra, porque os que nela mandam não consentirão.

No final serás escorraçado, como todos os anos que te antecederam, e sairás  com o rabo entre as pernas, se não o deixares preso…

Não queiras vir a passar por isso. Ainda estás a tempo de escolheres.

De resto, porque és como os políticos, não poderei contar contigo para nada, e tu só interessas a quem não precisa de ti.

Não te iludas, Ano Novo, nem iludas quem te espera.

In: Sérgio O. Sá,  Do Diário de um Marginal

29 dezembro 2009

COPENHAGA: Era uma vez uma Cimeira

Não sou bruxo, nem adivinho, mas…

A verdade é que tentei, dias antes do início da Cimeira de Copenhaga, deixar uma chamada de atenção para o grave problema das Alterações Climáticas, mas, não sei (?) porquê, não consegui entrar nos espaços cujas portas me têm sido franqueadas. (Agradeço, entretanto, ao Blogue ESTRADA POEIRENTA, que, dias depois, integrou, em jeito de comentário, o meu texto.

É, pois, a posteriori que transcrevo, aqui, no meu desconhecido blogue, esse texto, o mesmo que tentei publicar, em páginas bem mais visíveis,  no dia da abertura do evento.

«Iniciada hoje, 7 de Dezembro de 2009, receio bem que a tão propalada cimeira sobre as Alterações Climáticas não passa de mais um fiasco. Poderia e deveria ser da maior importância, se os protagonistas oriundos dos países que se fazem representar levassem consigo a consciência, a seriedade e a vontade necessárias para que, de uma vez por todas, a questão da decadência acelerada do nosso Planeta fosse levada a sério. Tão a sério, que as medidas a tomar (que terão de ser radicais, por força do estado a que a TERRA chegou) possam surgir quanto antes.

Infelizmente, poderá não passar de mais um encontro de “individualidades” que mais não pretendem do que se mostrar e dizer que os países a que pertencem existem, pensando ou fazendo de conta que os Povos desta decadente Aldeia Global os desconhecem e não sabem quem têm e com o que contam…

Mas a TERRA está em perigo iminente. Já o afirmei, há vinte anos, na Comunicação Social. Em 1992, noutra crónica, considerei a CIMEIRA DA TERRA, realizada no Rio de Janeiro sob a égide das Nações Unidas, como O INÍCIO DA ÚLTIMA ESCOLHA, acreditando que, finalmente, os homens prestariam atenção ao que de tão perverso vêm fazendo contra esta esférica Casa que habitamos e que há milhões de anos flutua no espaço sideral.

A verdade é que não se tratou de INÍCIO algum. Apenas a “conversa fiada” do costume, onde os argumentos anti-Natureza uma vez mais reflectiram a inteligência dos “senhores do mundo”.

Outros eventos internacionais, como o de KIOTO, por exemplo, têm ocorrido com fins análogos aos agora apregoados para Copenhaga, mas de eventos não têm passado. Que se poderá esperar de mais este? Será que ainda não se deram conta de que o o tempo de Vida na TERRA entrou em contagem decrescente e em progressão geométrica?

Que de uma vez por todas se acabe com tanta hipocrisia, com a paranóia do pseudodesenvolvimento. Que se deixe de ter medo de encarar a verdade e se implementem as urgentíssimas medidas que, já não sendo capazes de salvar o Planeta, retardem, pelo menos, a catástrofe global que porá fim à Humanidade.

Que Copenhaga fique na História como o MOMENTO DA VIRAGEM!

Esse foi o meu aflitivo desejo. Mas, infelizmente, nada aconteceu, nada poderia acontecer, porque os homens são os mesmos…

Não sou bruxo nem adivinho, mas… ERA UMA VEZ UMA CIMEIRA…

Sérgio O. Sá

02 janeiro 2007

OUTRA VEZ A COMÉDIA DO ABORTO

Vem aí o referendo sobre o aborto. O texto seguinte não foi elaborado a pensar nesse evento, mas aqui o transcrevo, pela a actualidade de que se reveste.

E mais mulheres a contas com a justiça. Com a justiça dos homens, claro. Coitadas das mulheres!
Não há dúvida que o mundo em que vivemos é mesmo dos homens. E se ao nosso planeta deram um nome feminino – Terra – talvez tenha sido para mais facilmente acabarem com ele, como vem acontecendo. De resto, os poderes que sobre ele imperam e o caracterizam desde que nele se implantaram foram e são predominantemente masculinos.
Desses poderes saiu a invenção de Adão, como homem, o primeiro, e de Eva como a primeira mulher. Primeira mulher que não teria surgido se Adão não existisse já. E a Adão teve Eva de ficar eternamente agradecida pela costela que lhe roubou para dela se gerar. Adão, o primeiro, de quem a mulher se tornou submissa servidora até aos dias de hoje.
Desses poderes masculinos saiu a invenção de deuses, de todos os deuses e de um outro que se tornou único e eterno, de um outro Deus que masculino também teve de ser, a cuja imagem os homens se julgam semelhantes para que os seus poderes se legitimem.
E a Deus, a esse Deus, os homens legaram o poder que aos homens interessa: poder de castigar, sobretudo, para que a justiça deles tenha o despacho favorável do Céu.
Justiça (deles), vocábulo do género feminino para que o seu referente possa ser usado segundo os interesses dos poderosos. Poderosos que, por serem homens, subestimaram a mulher, designando-a como do sexo fraco – mas a quererem dizer de fraco sexo –, a quem destinaram posição bem inferior.
A própria Igreja Católica – para me referir a um dos credos quantitativamente mais expressivos entre nós –, comandada que é por homens, ao mesmo tempo que exalta e entroniza a mulher, também a desonra e endemoninha, fazendo assim sobressair a superioridade de uma instituição de homens. No primeiro caso, santificando-a para que os homens demonstrem, uma vez mais, até nesse âmbito, o seu poder. No segundo, responsabilizando-a pelo mal ou parte do mal que acontece, ilibando-se eles próprios dessa responsabilidade. E em função dos respectivos interesses inventaram virgens e prostitutas.
As primeiras, de que Maria de Nazaré ainda é paradigma, para que, em consequência, com mais poderes se julguem, até para atribuir qualidades divinas a quem lhes convém.
As segundas, de que Maria Madalena é exemplo, para – em conformidade com o princípio de perversidade a que tiveram de obedecer, quando na pessoa de Eva ousaram contrariar os poderes do homem deus – as conservar na sua condição de coisa desprezível, sem a dignidade de entes espirituais, dignidade de que os homens se apropriaram para se posicionarem bem acima delas.
Coitadas, até no domínio da espiritualidade tiveram de esperar séculos para passarem de enteadas a filhas de Deus. Nem a experiência do sódio na mucosa oral, à hora do baptismo, nem o estremeção provocado pela benta água, na mesma hora, as ajudaram a alcançar mais cedo a filiação e a posição de paridade a que tinham direito.
Apesar da evolução do seu estatuto – estatuto de coragem para reivindicarem direitos equivalentes aos do sexo oposto – produzir já efeitos favoráveis, as mulheres continuam a ter de se cingir às regras ditadas pelos homens, sobretudo naquilo... para que no entender e no querer deles elas apareceram no mundo. Até no que respeita à conservação da espécie, pois a obrigação de parir é delas, para dar aos homens filhos machos, como os homens geralmente querem, seja ou não custoso expulsá-los de si para fora. Produzir aquilo a que a ignorância designa de milagre é o que importa, para se dar graças a Deus, cuja controversa vontade tem de prevalecer, por ser de origem masculina, quem sabe?!
Tem de prevalecer mesmo contra a vontade de quem, independentemente das circunstâncias em que as coisas acontecem, emprenha sem o desejar e se obriga, sabe-se lá porque razões, a esvaziar-se antes que a barriga aumente demasiado, sujeitando-se às consequências, com a justiça à espreita, sempre a espera de poder justificar-se.
Mas as mulheres não são hermafroditas. Sem um parceiro macho não engravidam. Parceiro que é muitas vezes o principal se não mesmo o único responsável pelas gravidezes indesejadas. Quem não sabe disso?
O que eu não sei é porque têm de ser apenas as mulheres a sofrerem as consequências quando não querem parir gente.
E lá vemos as manifestações pró-aborto, a Igreja a expressar preocupações e os políticos a opinarem a favor ou contra, intrometendo-se na questão, mas nunca se sabendo se por convicção ou se por conveniência.
Manifestações, preocupações, opiniões e mais ou menos hipocrisia de quase toda a gente. Mas são as mulheres que abortam a ter de prestar contas. Prestar contas à justiça inventada por homens e geralmente por homens levada a cabo, facto que talvez explique muito desta questão.
Desta questão, deste problema que só se atenuará quando aos homens responsáveis e co-responsáveis pelas gravidezes contraídas contra a vontade das mulheres for atribuída a consequente responsabilidade criminal relativamente aos correspondentes casos de aborto injustificável, sujeitando-os também à desagradável situação que o banco dos réus sempre implica.
Este ponto de vista – ou mera utopia? – não pretende a duplicação ou repartição de eventuais penas judiciais, pois isso não corresponderá a solução alguma. Resulta apenas do desejo de que o fenómeno do aborto injustificável deixe de fazer parte da miséria humana.
Só que o mundo continua a ser dos homens!

3 de Julho de 2006
AO 666 DOS U.S.A.

Com que então mandaste dependurar o homem, e pronto. Cumpriu-se, hoje, a tua vontade!
Que bela maneira de terminar o ano, não?
Pensarás tu que saíste vencedor?
Não, não saíste. Basta o facto de seres um filho da..., da humanidade, para saíres perdendo, uma vez mais.
E teimas em querer exportar a democracia e a justiça produzidas no teu quintal! Que belos valores tens para oferecer!

O tipo era criminoso? Pois era. Com quem teria aprendido?
E tu, já calculaste os crimes perpetrados pela democracia e pala justiça que chancelas?
Quem virá a ser o teu algoz?

30 de Dezembro de 2006

01 dezembro 2006

RECADOS A GEORGE W BUSH:


1 – FINGE QUE ÉS INTELIGENTE!

Pelos vistos invadirias o Iraque, do mesmo modo que o fizeste, ainda que tivesses a certeza de lá não haver armas de destruição massiva.
Claro, alguém duvidará? Até porque a firmação é tua, como tua é, de resto a invenção da existência de tais armas naquela terra de petróleo.
E acreditas que com investidas dessas a tua América poderá liderar o mundo, como queres?
Que liderança...!?
Deixa-te disso, George. Finge que és inteligente!
30 de Agosto de 2004.

2 – A GEORGE W BUSH

Há duas semanas morreu Yasser Arafat. São imprecisas as causas da sua morte, dizem.
Havias dito, em tempo útil, que tinhas de te desfazer dele: «temos de nos desfazer de Arafat».
E agora? Porque e de que terá morrido o palestino?
Não sabes?
25 de Novembro de 2004.

3 – É AMERICANO

Hoje fiquei sem palavras quando a R.T.P. mostrou, no telejornal das 20 h, um general americano a dizer, à frente de quem o quis ver e ouvir, que matar pessoas dava gozo e até era divertido.
Esse monstro é americano. Mas é sobretudo gente, é um homem. Um homem civilizado. Mais um a dar razão a Francisco de Assis.
4 de Fevereiro de 2005.

4 – AMÉRICA, AMÉRICA...!

És a luz que ilumina a Terra com o clarão das bombas que lanças sobre ela.
És a justiça que mata por vontade de Deus.
És a mentalidade que actualiza a Idade Média.
És a democracia que encurrala Índios e segrega Negros.
És a liberdade que invade povos e nações.
És a caridade que dá o que antes ou depois tira.
És a bondade que tem inimigos por todo o lado.
És a salvação que destrói o mundo.
És a verdade com que enganas o teu próprio povo.
Quem fecundaria quem te pariu?
25 de Maio de 2005.

5 – AO SENHOR GWG

Sempre me portei com decência nas cartas que te escrevi, às quais não tiveste vontade (ou capacidade?) de responder.
Concluí, entretanto, que não valeu nem vale a pena preocupar-me com a consideração a ter por ti, tão-pouco com dirigir a palavra a quem a despreza ou não a entende. Mas se mais alguma vez voltar a ter de o fazer, não contes com sinais de deferência.
Bem sei que quem pretende liderar (eu acho que é dominar) o mundo e está convencido de que é capaz de o fazer pela força ou pelos subtis processos de economia de má-fé, por exemplo, não pode ter sensibilidade nem substrato mental que lhe permitam sentir a intenção das minhas cartas nem o significado dos seus conteúdos. É pena!
É perna, pois a posição que ocupas exige outra postura, uma postura presidida pela humildade e pela sabedoria.
Desse modo talvez te apercebesses de que o mundo não é só teu nem é nenhuma colónia dos USA. Talvez pudesses responder-me. Talvez não fosse necessário fazê-lo por não ser necessário dirigir-me a ti. Talvez nem te interessasses pelo trono a que subiste sabe-se lá como. Talvez o mundo pudesse estar melhor.

6 de Outubro de 2005

26 novembro 2006

NOVA CARTA A GEORGE W BUSH EM 1 DE JANEIRO DE 2003
AGORA O IRAQUE

Mais um assunto que, apesar de aparentemente gasto, continua na ordem do dia. Daí a transcrição de mais esta comunicação ao “senhor do mundo”.

Exmo Senhor
George W Bush
Presidente dos Estados Unidos da América
Casa Branca
Washington – U.S.A.

Em 2001 tomei a liberdade de me dirigir a V.Exª, a propósito do então tão discutido Protocolo de Kioto e da relutância expressa por V.Exª. em subscrevê-lo.
Desta vez decidi abordá-lo por razões que igualmente se me afiguram da maior gravidade: a sua tão querida guerra contra o Iraque.
É do conhecimento geral que os argumentos que V.Exª. esgrima são o reflexo da visível obsessão que lhe invade a mente. Aliás, não é o primeiro norte-americano que sofre da patologia de se meter aonde não é chamado. Será que esse espírito de ingerência, subjacente às relações com outros povos, resultou do modo como as gerações ditas fundadoras dos U.S.A. se impuseram aos legítimos direitos das verdadeiras Gentes desse território hoje chamado de seu por V.Exª? Quem sabe!?
Os norte-americanos – os seus chefes, quero dizer, porque os súbditos parecem não passar de cérebros lavados – tornaram-se useiros e bezeiros na arte de desestabilizar o mundo. E fazem-no, muitas vezes, pelo interposto meio de terceiros (tal é a sua cobardia), procurando assim escapar à responsabilidade dos seus actos, mas aparecendo, depois, como remediadores das situações. Não apresento exemplos, pois V.Exª. conhece-os melhor do que ninguém. Não são capazes de viver sem conflitos fora das suas fronteiras, pelo que, acabado o entretenimento da guerra fria, houve que criá-los de qualquer modo para que o mundo continuasse aflito e a felicidade pudesse pulular por essas bandas. Que demoníaco modo de afirmação!!!
As estratégias políticas, militares e económicas, tão mobilizadoras do querer americano, não podem sobrepor-se aos direitos de soberania de quem quer que seja – os fins não devem, não podem, neste caso, justificar os meios –, mas é no que as altas esferas desse país apostam verdadeiramente. E quando não conseguem instigar quem lhes facilite a tarefa – o que começa a ser cada vez mais difícil – inventam justificações aparentes (quando não absurdas) para actuarem por iniciativa própria, como pretendem fazer agora em relação ao Iraque.
Nenhuma criatura bem formada concordará com a existência de quaisquer tipos de armamento: bélico, nuclear, químico ou biológico. E muito menos poderá aceitar que as Leis da Natureza e a harmonia entre os povos estejam sujeitas às monstruosidades da inteligência humana. Mas sentir-se-ão os americanos, na pessoa de V.Exª., com o direito de quererem desarmar aquele país do Médio Oriente, ou outro qualquer, das armas de destruição maciça (tenha-as ele ou não)? Com que legitimidade? Não é V.Exª. o fiel depositário dos maiores stocks desses tipos de armamento? Não é V.Exª. dono dos maiores e mais sofisticados arsenais alguma vez produzidos?
E porque é o Presidente dos seus concidadãos, é a si que pergunto: - Que pretende, afinal, V.Exª.? Protagonismo falaz ou forgicar mais uma oportunidade de levar a efeito outro exercício militar para manter as suas tropas em forma?
A arrogância, Senhor Presidente, é, normalmente, reflexo de insegurança nos mais diversos domínios (excepto por vezes no das forças armadas, sempre brutas e com a finalidade de destruir). Para quê possuí-la tão abundantemente, se com ela ninguém dá lição alguma a quem quer que seja? ?ara quê manifestá-la tão ferozmente, se dela só se acaba por receber, mais cedo ou mais tarde, a prova de uma pequenez inesperada ante a fatalidade de se ser apenas o que os outros acham que se é?
Em vez da paranóia da guerra, porque não toma V.Exª. decisão contrária? Porque não dá o esperançoso exemplo de mandar proceder à destruição das próprias armas dos seus U.S.A., persuadindo as outras nações a fazerem a mesma coisa?
A Paz não pode ser conquistada com a guerra, Senhor Presidente!
Senhor Presidente, ajude a provar que o mundo evoluiu positivamente!
Mostre como o nosso Planeta pode ser mais belo!
Faça alguma coisa para o bem da Humanidade, e poderá estar certo de que não faltarão seguidores conscientemente alinhados. Até os vossos inimigos, tantos já, por esse mundo fora, se curvarão perante tal atitude.
No começo de mais um milénio e no início deste 2003 não deixe passar a oportunidade para lançar as BASES DE UM TEMPO NOVO em que os homens venham a saber o que foram e possam finalmente desejar ser melhores.

Portugal, 1 de Janeiro de 2003.
(Seguiu-se a devida assinatura do seu autor e respectivo domicílio postal)